Unidade de Propósito
Pregar o Evangelho é um tremendo privilégio. Pregar palavras atemporais e torná-las oportunas para quem as ouve, conferindo-lhes o poder de mudar vidas, de libertar aqueles que estão em cativeiro e de trazer esperança aos desesperados. Mas, o que pregar? Como pregar?.
Pesquisa
Dr. Win Arn, consultor de igrejas, líder do Instituto de Crescimento da Igreja Americana, entrevistou membros de quase mil igrejas perguntando:
"Por que a igreja existe?" Qual o propósito da igreja?
Dos cristãos pesquisados, 89% disseram: "O propósito da igreja é cuidar das minhas necessidades e da minha família".
Infelizmente, para muitos americanos, o papel do pastor é simplesmente manter as ovelhas felizes e não perder muitas delas.
Apenas 11% disseram: "O propósito da igreja é ganhar o mundo para Jesus Cristo".
Essa pesquisa mostra que há conflitos, desinformações, confusão e despreparo em muitas congregações hoje. Mostra também que navegar na direção certa no século XXI é o maior desafio para a igreja. É muito difícil acompanhar as mudanças que estão acontecendo no mundo. Além disso, a igreja está com dificuldade em apresentar respostas e soluções aos dilemas e problemas de uma geração confusa e decadente.
Nada precede o propósito.
O
ponto de partida para toda congregação deveria ser a pergunta: "Por que
existimos?" Até sabermos para que serve a nossa congregação, não teremos
fundamento, motivação, direção e unidade.
A Igreja existe para pregar o Evangelho, para ser uma embaixada do Reino de Deus nesta terra, para ser o Corpo de Jesus Cristo entre os homens, para ser sal e luz nesta geração, tudo com o propósito de reconciliar o homem com Deus.
A igreja nos dias apostólicos sabia por que ela existia. Os cristãos estavam unidos quanto a esse propósito.
"Ora, a multidão dos que criam eram unânimes de coração e alma... E com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e grande graça estava sobre todos eles" (Atos 4:32, 33).
Jesus alistou esses seguidores não para uma vida de entretenimento e de bem-estar, mas para uma vida de serviço e que fosse ao mesmo tempo modelo para a sociedade da época, como resposta a muitos questionamentos.
Embora cada crente tivesse uma tarefa diferente, todos tinham o mesmo chamado: cumprir a Grande Comissão na sua geração.
1. Os crentes tinham um líder – Jesus;
2. Os crentes tinham um propósito – cumprir a grande comissão de Cristo, anunciando o evangelho a todas as pessoas.
Esses primeiros discípulos fizeram mais pela difusão do Cristianismo do que qualquer geração de seguidores desde então. Eles não tinham gráficas, internet, computadores e os demais recursos tecnológicos atuais.
Qual era o segredo deles?
I. Eles tinham unidade na igreja de Deus (At 4:32).
Todos os crentes compartilharam a unidade. Não apenas os apóstolos. Não apenas os líderes. Todos os crentes estavam unidos. Havia uma solidariedade fundamental de amor e propósito. Ser um em coração e mente é ser unificado em cada célula e disposição do nosso ser.
A. Eles eram uma família em relacionamento
Os crentes compartilhavam a filiação do mesmo pai espiritual – Deus Todo-Poderoso. Eles compartilharam um nascimento espiritual – nasceram de novo na família de Deus.
1. Eles eram profundamente amigos em comunhão.
2. Eles compartilharam suas vidas e seus bens uns com os outros.
3. Eles deram prioridade ao atendimento das necessidades práticas evidentes na comunidade.
As congregações precisam ser uma embaixada do Reino de Deus, pregando em toda parte a mensagem da reconciliação do homem com Deus.
Os primeiros discípulos descobriram isso em sua comunidade de fé.
C. Eles eram seguidores de Cristo em parceria
Esses homens e mulheres compartilharam um empreendimento juntos. Eles não se reuniam apenas para reuniões familiares ou para garantir que suas necessidades físicas fossem atendidas. Eles se uniram para atingir um objetivo. Estes crentes deram os braços para alcançar aqueles que precisavam ser reconciliados com Deus.
"Li sobre uma menina de três anos que se perdeu em um campo aberto com mato na altura da cintura. Assim que sua família percebeu o desaparecimento da criança, começou a procurá-la freneticamente. Eles ligaram para outros familiares e amigos para ajudar na busca. A equipe foi em todas as direções, mas sem sucesso. Finalmente, pouco antes do anoitecer, uma das crianças do grupo ofereceu uma sugestão: "Vamos dar as mãos e caminhar juntos para cima e para baixo no campo para ver se isso ajuda". Por causa de seus braços dados, a garota foi encontrada.
Os membros de uma igreja são um grupo de pessoas de diversas origens, diferentes perfis e com diferentes interesses e diferentes perspectivas, que foram convocadas para um propósito divino. Esse propósito é cooperarmos juntos na missão de ir além dos nossas reuniões, para que outros possam conhecer o Evangelho e sejam reconciliados com Deus. Estamos no negócio de resgatar vidas. Esse esforço é realizado de um modo mais eficiente quando entendemos que somos uma família de amigos em parceria uns com os outros. Estamos unidos para atingir um objetivo.
II. Eles experimentaram o poder de Deus (At 4:33)
Sem propósito há um movimento desorientado ou sem finalidade. Quando a igreja segue sem um propósito, trabalha sem fruto.
O propósito da igreja nos dias apostólicos era a manifestação do poder de Deus sobre as vidas ao redor dos discípulos para que multidões aderissem à fé.
Pense na luz solar por um momento. Ao focarmos o poder do sol através de uma lupa, podemos colocar fogo numa folha de papel. E quando a luz está concentrada em um nível ainda mais alto, como um raio laser, ela pode até cortar um bloco de aço. A missão da igreja é fazer os trabalhos necessários para que o poder de Deus tenha seu foco nos corações e nos lugares onde anunciamos o Evangelho de Cristo.
A. O poder foi evidenciado pelo crescimento da igreja - Em pouco tempo, a igreja passou do Cenáculo para todos os lugares em Jerusalém. Os estudiosos estimam que durante os primeiros vinte e cinco anos da igreja de Jerusalém, ela cresceu de 120 para mais de 100.000 pessoas. Isso é poder manifestado.
B. O poder foi evidenciado pela sua capacidade de resistir ao ataque satânico
Assim que o Espírito Santo veio sobre a igreja, Satanás lançou um contra-ataque feroz. O Pentecostes foi seguido de perseguição.
1. Primeiro, houve violência física quando os líderes da igreja foram lançados na prisão.
2. Em segundo lugar, houve corrupção moral, evidenciada através de Ananias e Safira para insinuar o mal na vida interior da igreja e, assim, arruinar a comunhão.
3. Terceiro, houve a estratégia sutil de distração ministerial para desviar os apóstolos da sua prioridade de oração e pregação, preocupando-os com a administração social, que não era a sua vocação.
Em cada caso, a igreja resistiu aos ataques e permaneceu fiel ao seu propósito de alcançar pessoas para Cristo.
C. O poder de Deus foi evidenciado pela descoberta de força na diversidade
A diversidade pode ser uma fonte de divisão ou uma fonte de poder. Os primeiros cristãos escolheram ser uma fonte de poder.
Havia uma infinidade de opiniões, uma grande variedade de dons, mas eles encontraram formas de integrar as suas diferenças num todo sinfônico – criando uma unidade de espírito, de identidade e de propósito cujo centro unificador era Cristo.
Em suma, os crentes pareciam uma sinfonia. Eles podem ter tocado instrumentos diferentes e até algumas notas diferentes, mas a variedade e diversidade criaram um som mais magnífico do que se estivessem todos no mesmo instrumento, tocando as mesmas notas. Só é possível a unidade na diversidade, em uma orquestra, quando todos seguem a mesma partitura musical, sob a direção do maestro.
III. Eles descobriram o favor de Deus (Atos 4:33)
Como os primeiros discípulos tinham um propósito unificado e estavam comprometidos com a tarefa de alcançar o mundo com o evangelho de Jesus Cristo, Deus sorriu para eles com favor. "... e grande graça estava sobre todos eles" (Atos 4:33).
Graça, como você sabe, significa amor ou favor imerecido. Porque eles eram generosos, Deus foi generoso. Porque o coração deles se partiu pelas mesmas coisas que partiram o coração de Deus, Deus sorriu para eles. Porque eles tinham em alta estima o propósito de Jesus, Deus os tinha em alta consideração.
Se quisermos experimentar as bênçãos de Deus, precisamos primeiro ser obedientes ao seu propósito.
Deixe-me ver se consigo ilustrar essa ideia. No filme Carruagens de Fogo, Eric Liddell tentou explicar à irmã por que escolheu se preparar para os Jogos Olímpicos em vez de retornar imediatamente à China como missionário: "Quando corro, sinto o prazer dele". Eric Liddell encontrou seu propósito e alcançou o estrelato olímpico. Após a sua façanha olímpica, ele regressou ao campo missionário na China, também lá cumprindo o seu propósito e sentindo a alegria de Deus.
"Se você realmente decidir dizer sim ao propósito de Deus para sua vida, nunca mais ficará entediado com a vida cristã".
IV. Eles foram a resposta à oração de Jesus (Jo 17:20-21, 23)
E finalmente, na última noite da sua vida, Jesus fez uma oração que serve de cidadela para todos os cristãos: "Oro não só por estes, mas também por aqueles que acreditam em Mim através da sua mensagem. assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu estou em Ti. Que eles também sejam um em Nós, para que o mundo possa acreditar que Tu Me enviaste. . . . Eu estou neles e Tu estás em Mim. Que eles sejam feitos completamente um , para que o mundo saiba que tu me enviaste e os amaste como tu me amaste" (João 17:20-21, 23).
Estas palavras são preciosas. Sabendo que o fim estava próximo, Jesus orou uma última vez pelos seus seguidores. Com a morte às portas, Jesus não orou pela segurança ou felicidade dos discípulos. Ele orou pela união dos discípulos, que eles se amassem, enquanto avançavam para reconciliar os homens com Deus por meio da pregação do Evangelho. Jesus orou por seus discípulos e por todos aqueles que viriam à fé, tornando-se seus seguidores. Naquela oração, Jesus orou para que você e eu fôssemos um. Este é o propósito.
De todas as lições que podemos tirar desses versículos, não perca a mais importante:
A unidade é de suma importância para Deus.
O Pai não quer que seus filhos tenham propósitos diferentes, pensamentos e práticas diferentes com respeito à missão que nos foi confiada.
"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (João 13:35). A unidade cria força para quem faz e credibilidade para quem recebe ou observa.
Como o mundo acreditará que Deus enviou Jesus?
Se a unidade cria credibilidade, então a desunião promove o descrédito e a descrença. Como pode o mundo acreditar no evangelho se aqueles que dizem viver o evangelho estão lutando entre si?
A desunião não é apenas um escândalo para os incrédulos; é também uma pedra de tropeço para não chegarem à fé.
Se a unidade é a chave para cumprir o propósito ordenado por Deus de difundir a mensagem de Jesus Cristo, não deveria ela ter precedência nas nossas orações e ações?
Conclusão
Na perspectiva de Deus existe apenas "...um rebanho e um pastor" (João 10:16). A unidade não precisa ser criada; ele simplesmente precisa ser vivida e preservada até o fim.
Como fazemos isso?
Antes de admoestar os outros para que mudem, admita que não é perfeito e que precisa mudar algumas coisas.
A unidade cresce à medida que aprendemos a focar o Cabeça da Igreja que tem o poder de nos moldar e nos transformar no conselho de Sua vontade.
Temos a mesma fé, o mesmo Senhor, a mesma Palavra, o mesmo Espírito e a mesma missão.
Somente a unidade pode impactar um mundo dividido. À medida que levamos a mensagem de Jesus Cristo a esta geração fragmentada, todos perceberão que somos Um em Cristo e os portais da fé estarão abertos para receber os novos membros da família de Deus.
Vamos estar unidos nisso. Esse é o nosso propósito.
Pense nisso e que Deus nos abençoe ricxa e abundantemente. Amém!